Resumen:
O estudo se insere nas temáticas relacionadas às políticas públicas da Educação Superior e discute perspectivas de garantia de direitos e democracia por meio de ações afirmativas, acesso e permanência na universidade. Tem como objetivo refletir sobre os históricos de ingresso e permanência dos estudantes do Campus Laranjeiras do Sul, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), localizada na região Sul do Brasil. Tal problematização é orientada pelas contribuições teórico-metodológicas da perspectiva decolonial. Com o objetivo de formar cidadãos comprometidos com o combate às desigualdades sociais e com o desenvolvimento sustentável, a UFFS iniciou as suas atividades no ano de 2010, como resultado da articulação de diferentes organizações sociais, de modo a atender às demandas da Mesorregião da Grande Fronteira do Mercosul, nas diferentes áreas do conhecimento. Desde o ano de 2013, a UFFS implementou a Lei de Cotas (Lei Nº 12.711/2012) em seus processos seletivos, priorizando o acesso à educação superior aos estudantes de diferentes grupos étnicos e também aos mais vulneráveis sob o ponto de vista socioeconômico. Após 12 anos de atividades são observadas assimetrias que carecem de aprofundamentos. Para tanto, a abordagem da pesquisa se caracteriza pelo caráter qualitativo e quantitativo, além de sua natureza bibliográfica e documental. Assim, a partir dos dados de matrículas e trajetória acadêmica dos estudantes, foi possível analisar como as ações afirmativas oriundas da política de cotas e seus resultados até o presente momento na instituição, dialogam epistemologicamente com as perspectivas decoloniais. No mesmo sentido, também foi possível verificar que as trajetórias dos estudantes apresentam dinâmicas distintas e heterogêneas que apontam para desigualdades e vulnerabilidades no âmbito de grupos específicos.
Referencias bibliográficas (opcional):
GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Soc. estado., Brasília , v. 31, n. 1, Apr. 2016 .QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (coord.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso (2000).SOUSA SANTOS, Boaventura. Descolonização cognitiva: uma introdução. In: ______. O fim do império cognitivo: afirmações das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.WALLERSTEIN, Immanuel. Desenvolvimento societário ou desenvolvimento do sistema mundo? In:________. Impensar a Ciência Social: os limites dos paradigmas do século XIX. São Paulo: Ideias e Letras, 2006.WALSH, Catherine. Interculturalidad y (de)colonialidad: diferencia y nación de otro modo. In: Desarollo e interculturalidad, imaginario y diferencia: la nación en el mundo andino. Quito: Academia de la Latinidad, 2006.